A triste partida da cantora Paulinha Abelha pegou os fãs e colegas de banda de surpresa, em meio a projetos que já estavam encaminhados como o retorno aos palcos após a pandemia - a divulgação do DVD ao vivo (gravado em Belém) e o lançamento de músicas inéditas de trabalho que seriam lançadas ainda neste ano.
Sempre engajada em todos seus projetos, a banda encontrou formas de continuar uma entrega produtiva mesmo mediante ao isolamento em virtude da pandemia, e conseguiram por vezes, ir ao estúdio para dar início às gravações do projeto “Volume 30”.
Foi dessa forma que Paulinha Abelha conseguiu, mesmo sem saber, nos deixar um presente antes de sua precoce partida: a gravação inédita da música “Venha me amar”.
Paulinha brincava que essa era a “Nova Babydoll", música que na sua voz, ganhou os fãs de todo país e foi eleita como um hino pela comunidade LGBTQIA+.
Nos shows, o momento de cantar Babydoll era esperado com entusiasmo pelos fãs de Calcinha Preta, alguns destes fãs tinham o privilégio de serem escolhidos pela cantora para subirem aos palco e lá performavam a música de forma divertida e cheia de charme. Um momento de pura descontração e que marcou a história da Calcinha Preta.
Empenhados em dar ao grupo uma nova roupagem, sem perder sua identidade, o grupo selecionou uma série de conteúdos inéditos capazes de trazer à tona a essência da banda e conectá-los a esse novo mercado digital. Foi nesse cenário que a música foi encomendada pela cantora.
“Venha me amar” foi composta por Marquinhos Seriguela, músico, compositor e amigo de Abelha. Segundo ele, a música foi feita por conta de um pedido especial da cantora trazendo alguns dos mesmos elementos que fizeram de Babydoll um sucesso: o enredo, sensualidade e a batida envolvente.
“Paulinha me procurou a fim de criar uma música que tivesse um estilo parecido com a Babydoll. Fiz a letra e a melodia e enviei pra ela, que gostou de prontidão. Ela se propôs a fazer a gravação guia de imediato!”, lembra o compositor com empolgação e saudade.
O dia 25 de março foi escolhido pelo time da banda para lançamento da música como forma de presentear os fãs, principalmente os fãs LGBTQIA+ - que ela carinhosamente chamava de “schnauzers” - uma vez que é nessa data que se celebra o dia Nacional do Orgulho Gay. Durante sua jornada, a intérprete sempre reforçou essa aproximação: "É o público que me abraça, me acolhe". Paulinha chegou a prestar homenagem à diversidade do seu público no DVD celebrativo dos 25 anos do Calcinha Preta, na ocasião, Paulinha usou figurino com as cores do arco-íris e bradou: "Abaixo o preconceito!”
Rosely Rodrigues/ AGBNews
Com informações: Assessoria de Comunicação
Foto: Rubens Cerqueira